segunda-feira, 11 de abril de 2011

SEM CAMISINHA: SÓ BRONHA E SIRIRICA!


Sr. Lion, o Idiota

   "Alusão, sexo... E o tempo levou. Juntos foram os pedacinhos de todas as lembranças, também a impaciência de tudo. Passaram-se décadas. Sua vida ficou para trás, permanece na mesma onda do desassossego, imóvel como as pedras ou como os espelhos, mostrando seu fracasso, sua inutilidade, preso por não saber respirar."

I

   - Não dispenso um par de seios nem tão belas pernas acompanhadas pelas bundas que faz-me entranhar nesse longo caminho. Talvez por isso minhas janelas abrem ao sol todos os dias.
   Nasci como matéria insana das cinzas, desde então sou recruta dos prazeres da carne e da alma. Busco nas mulheres momentos de sexo, diversões esquecidas pelos dias! Tua libido faz da humanidade refém!
   Descrente pelas religiões, muito mais longe do próprio ego... Sou Lion Cunha de Brito, quase no retorno de saturno, surpreendo-me com o bem da política nacional e acredito no mal como origem do universo. É incrível o ato de dar esmolas, de colher armas em terreiros negligentes, de plantar idéias com esterco infindável. Parece até brincadeira tudo isso!
   Quando criança sonhava ser bandido e hoje estou preso numa sala, sem data de vencimento, sem prazo e nem horário de saída. Trancado pelos atos nervosos do meu sistema único de saúde. Ainda assim há um livre e espantoso teatro de imundícies em mim...

II 

   Aos tempos... Minha velhice esbanjada em fotografias e fracassos vive na própria concupiscência dos fatos, recordo tamanha ira do cão ao volume máximo da violência racional dos meus antigos dias. Passaram-se décadas, mas, as cicatrizes dessas meretrizes continuam a sangrar no vazio da minh'alma.
   Por um romance estranho até a morte dos meus cabelos brancos acreditei no sexo como a essência de tudo. A razão do universo respirar e acordar com o sol seguindo a lua... Sempre no encanto da carne, pelos prazeres da noite, pelos gozos incansavéis. Assim meu ego dimensionava todo meu propósito.
   Aquela ousadia dava-me astral e soberania total, da mesma forma que o Carlos Magno vencia suas guerras e prontificava-se para a próxima. Era incrível... Diferente de qualquer outra juvenilia. 
   Resisto à guerra que construí em meados de todo meu orgasmo, mas, meu HIV possui tamanha percepção de gozar e morrer!
   Minha antiga felicidade agora são pensamentos doentes. Minhas preocupações antecipam a morte pelo acúmulo de inércia. Não acreditava nessa onda do desassossego, nem que pudesse ser tão rápida essa dor. Sou um depressivo compulsivo... Buscando nostalgia nos passos da aurora. 

III 

   Pelo mundo que criei nas noites, pelo sexo sangrento das planícies, pela junção de meretrizes burras e sem vida. Perdi minha vida. 
   Dizia grande sábio: A vida mata e os segundos enterram! 
   Sinto a força dos segundos, sem riso, sem lançar-me nos longos caminhos que aventurava e sem criar neles minha concupiscência. 
   O mundo é o mesmo, as pessoas são as mesmas, meu estado é crítico, existe a morte para consolo de tudo. Não lembro tamanha preocupação com isso. 
    Alusão, sexo... E o tempo levou. Juntos foram os pedacinhos de todas as lembranças, também a impaciência de tudo. Passaram-se décadas. A vida ficou para trás, permanece na mesma onda do desassossego, imóvel como as pedras ou como os espelhos, mostrando seu fracasso, sua inutilidade, preso por não saber respirar.
   Lágrimas, solidão, coração sangra e ainda pulsa, comprimidos matam minha consciência, esquecendo mamilos, suor... Nem desejo, nem flor, nem amor.

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OBS: FATO FICTÍCIO, CRIADO PARA  O ALERTA DAS DSTs E DO HIV
Por KADJON NASCIMENTO
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