domingo, 21 de agosto de 2011

POESIAS: SEÇÃO VI

Por Kadjon Nascimento


PÚBLICA

Não interessa tamanha secreção amarela
Nem esses olhos vermelhos, de puro sangue.
Tuas drogas nem decepciona o lindo amanhecer!

Somos um, nem por isso costumo dormir...
Madrugamos juntos, fervendo nossos orgasmos,
Criando toda uma idéia pública.

Nossa aventura derruba o muro do gigante,
Que enoja de si em torno da luz.
Dessa luz que não se ver com os olhos.

Nem interessa essa nossa dor,
Nessa escuridão de espertos e otários,
Acredita-se nos benefícios dessa sociedade!

Por moléstias e menos suor,
Por desassossego e sentimentalismo barato,
Dessa opinião pública.


PARANÓIA I

Eu sou a mãe do Nero, a escola do Einstein,
A primavera do Los Hermanos, a mosca do Raul...
A intolerância dos anos 2000.
O anil do Isaac Newton!

Sou a dúvida do Machado de Assis,
A boceta de Pandora,
Os três acordes de toda uma eternidade.
A saudade desenhada por Charles Chaplin.

Eu sou o folclore, a capoeira do Zumbi,
A rabeca de Cristo solando no sertão.
O olho cego de Lampião,
A nuvem e o caracol aos 27 anos.

Também sou o mendigo e o cartaz,
A mão do Hitler, os seios de Monroe,
A insônia do Da Vinci, o Santos que não voa,
Os Santos que não funcionam...


A CONSTITUINTE

Decadência em esboço camuflado,
Marcha o soldado sem equilíbrio, nem ego.
Os ratos seguem criando seus caminhos
Nas coxas capitalistas dessa linda Constituinte.
É o dia, o ano, o século...
A inteira crise chamada Constituição,
Que educa seus filhos corruptos e drogados
Para mais um caos, uma rebelião!
Foram-se as tardes de domingo,
A esmola ocupa o jardim da ilusão,
O cego toca flauta, bate tambor,
Canta uma música de protesto, de amor...
E nada entra no coração
Dessa linda e gostosa CONSTITUINTE.


AOS 65


"No meu tumbão há 42 anos de contribuíção!
Um câncer que ainda mancha o solo, 
Muito cansaço e nada para contar".


ACESO

Sobre vômitos de sarcasmo,
Desses documentos de miséria.
E em ressacas á espera
Por dias tão normais.

Existem o ego e a libido,
Traçando caminhos e saudades,
Acesos por sangue e vaidade,
Maquilados no mundo moderno.

Trajados por violência, sob vontade,
Seguida de medo...
Pelos corpos caídos, mais uma dose derramada.
Nessa chama acesa ainda querem liberdade!

Melhor escarrar após enojar-se,
O mundo entende, é sábio.
Mais vale a luz do sol
Que a chama acesa do coração humano.

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