quarta-feira, 7 de julho de 2010

POESIAS: SEÇÃO 02


FAZ DE CONTA QUE TEM SOL LÁ FORA
                        ( KADJON )

Ainda vejo sangue frio nos teus olhos,
neles minha morte descansa.
Difícil acreditar nos jornais,
Além do nosso caso de amor.

Sociedade de tremores reais,
garantem mais um dia de vida...
Nas calçadas que tu dormes a sonhar,
no umbigo da própria ferida
mora o coringa que ri chorando,
inventando o nosso caso de amor.

Ainda vejo tua fé cega nessas coisas de orvalho,
dentro do nosso pecado há um Carnaval
sem cor, sem amor, sem razão,
na mesma ilusão brasileira de ser.

"Nada além do nosso caso de amor"


DIVIDIREI-ME E MATAREI-ME AMANHÃ!
( KADJON )
  
Esse céu escuro que não contenta-me,
do meu lado um pobre imundo da carne... 
Dividirei-me e matarei-me amanhã, 
na fraqueza do meu sol molhado.

A cerveja do meu riso embriagado, 
quem sabe decadência da minh'alma... 
- Quem sabe além dos teus olhos?

Retina, mágoas furadas por lágrimas de ontem, 
inventadas pelos passos errados de hoje, 
na tua esperança morta e camuflada. 
- Cospe e beija feito o Augusto!

Dentro da nossa verdade, pinto uma rosa em sangue vivo, 
para a extinção de nós mesmos basta apenas a TV. 
Em nossos corações há um banquete de egoísmo 
Que ajuda-me a intervir nesse cansaço e dar-me reticências.
                         
Robusta rocha que olha-me e distrai-me...
Percebe-se que sou brutalmente imperfeito, 
iguais as juras de amor, nunca inventadas,
declaradas por amor.


CASULO
( KADJON )

Meu ego em transe, refém de pensamentos,
abandonado nas esquinas do Britos
e essa negligência do poder...
Reinvento você para enxergar os meus dias,
nas raízes das agonias desse meu sofrer.

Penduro ao vento todo o meu esquecimento
junto de lágrimas desenhadas no esmorecer,
que voam no teu riso indo ao leito,
aliviando meu tempo, faz-me viver.

Faz-me sonhar ao inverso do céu
abençoado pela morte imóvel das coisas,
pelo mal de cada dia...
Feito o ar dos teus mistérios,
que hoje canto em poesia.

Feito todo um caos que anda e segue-me
na sombra do meu próprio isolamento,
no casulo que esconde sobrevivência, ou
na distância de mim mesmo.


AO VATICANO
( KADJON )

Basta-me beber do vinho que tu bebes,
o capitalismo reinvento aos poucos...
Vossa Santidade levanta desse trono de ouro!

Grito de fúria desenha sacerdotes fiéis,
flor murcha com o calor das trevas,
jardins destruídos pela tolerância de guerras,
pouca fé desde gerações passadas.

Dor de um ator em linhas tortas,
infinita passagem pelas espécies,
passos caducos ao som de crianças carentes,
eremita derrotado aos vermes,
peregrino ao render-se.  

Comunhão ao tempo, motivos sem razões.
Vossa Santidade cruza entre mendigos!
Bolso do Catolicismo... Nada valem esses corações.
Sinto sede, minha morte fede, são ciclos.

Monótono improviso do bem ao mal,
espíritos morrem nos guetos por aí.
Vem cantar e dançar no túmulo do RAUL,
- Ainda continua descalço, beijando o chão?

Deixa disso homem da carne...


OLHOS DE TAQUARUÇÚ 
( KADJON )

Eu e meu pensamento torto, reflexo do nada,
angústias que imaginam alguém...
Solitária essa perfeição dos teus olhos,
não entendo tamanha percepção de sonhar e morrer.

Meu pranto rotinal em pílulas de insônia
flui na minh'alma desesperança.
O relevo que esconde o meu rio e lágrimas
é o mesmo que prende-me a essa aliança.

Carrega-me ao infinito das dores,
das flores murchas pelo desalento,
do arco-íris sem cores, sem talento.
Do meu amor platônico...

Erros pulsados em cinza,
aonde está o meu amor, minha flor, linda menina?
Tu és bela Taquaruçú.
Venenosa como noites de verão,
sentimental em rochas de reflexão.


MEU AMOR, MINHA FLOR, LINDA MENINA
( KADJON )

Platônico ou medieval? Não sei.
Como um pássaro que voa...
Que passa pelos mesmos passos que passei,
na velocidade das nuvens.

Nossas retinas distantes do universo,
Voam pela insônia desse caminho,
pela distância mesquinha das coisas,
assim como um pássaro sozinho.

Ciclo vicioso numa negra escuridão
em que sobrevivo morrendo todos os dias
junto ao ar que enche meu espírito
e que voa além de mim.

A outra vida se foi, feliz com seu sorriso,
fiquei ao sono conturbado de sempre,
na existência dos tempos,
pelos mesmos sete dias de ontem.


Ó PÁTRIA AMADA
( KADJON )

No teu riso um sonho vulgar
berço em que mendigos proclamam o amor
resultado que o diabo trouxe além mar
de tão pouco que restou.

Tua alegria em bosques floridos envenena até sangrar
meus dia de pura insônia, ó pátria amada!
Em teu seio só quero mamar,
buscando minha natureza super desmatada.

Nas águas corre meu imundo sangue de humano,
indo ao coração a podridão do senado.
Nos pensamentos que se quebram pelo ódio
está a imperfeição do meu estado.

Reflexo da idolatria em demagogos a discurssar,
areia de praia, matas, meu coração...
Sol nascente de eternas coisas para prolongar
em minhas veias crescidas por ilusão!

Ó pátria amada, te amo do umbigo.
Decepção tua, meu oxigênio, vossa constituíção...
Dias de luta, que luto apanhando,
sigo a pensar no leito dos acasos,
nas tuas cores... Te abraço.

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